A história de um mundo nos solos de Taubaté

Os registros fósseis são muito importantes, pois contam a história dos seres vivos que habitavam nosso planeta e sua evolução ao longo de bilhões de anos. Os fósseis são restos e evidências de organismos que foram preservados ao longo do tempo, se tornando uma importante ferramenta para os geólogos e biólogos. Além de serem o principal indício da evolução biológica, permite-nos conhecer os seres vivos do passado, os ambientes em que viveram e a sua evolução. Com os materiais arcaicos podemos compreender como era o planeta há bilhões de anos, o que possibilita reconstruções ambientais e o reconhecimento de espécies atualmente já extintas, é a prova que existiram outros seres antes de nós. A maioria destas peças encontradas são de insetos. Logo após vem os mais comuns, que são os de mamíferos, peixes, aves, crustáceos, répteis, moluscos, anfíbios e poríferos. Entre eles temos exemplos como a maior e mais antiga ave do mundo, o Taubatornis campbelli, que se parece tanto em forma como em hábitos ao urubu moderno. De uma ponta a outra de suas asas, média cerca de dois metros. Mormopterus (Neomops) faustoi é o primeiro fóssil de mamífero encontrado na região, um morcego.

A bacia sedimentar de Taubaté começou a ser explorada por Pissis, com suas primeiras descrições realizadas a partir do início do século XIX. Mas somente em 1895, Derby conseguiu mapear a bacia de Taubaté. Foram realizados muitos estudos que descreveram os aspectos gerais de sedimentação, relação de idade entre os sedimentos e interpretações paleogeográficas.

Trata-se de uma bacia de rift continental, dividida pelas suas características geológicas variadas desde: sedimentos arenosos localizado próximo a Jacareí há mais argilosa, localizada em Pindamonhangaba. Presente também na formação de Tremembé datada de idade Oligocênica. Em Tremembé temos um sítio geológico com uma pedreira atuante em extração de argila. Neste mesmo sitio, podemos encontrar variedades de fósseis como invertebrados, vertebrados e vegetais preservados, em várias condições de fossilização. O local também é objeto de estudo das universidades e pontos de coleta para coleções científicas.

Com a facilidade de encontrar fósseis de boa qualidade somado a prática, localização e a abertura de leis faz com que o ensino seja mais viável e prático, tanto para escolas como para faculdades do sudeste brasileiro. Tornando assim o ensino mais interessante, onde os alunos podem ter a oportunidade de coletar material.

Seja pela variedade de formas, seja pelo grau de preservação excelente (com tipos de fossilização que vão desde conservação parcial, incarbonização, moldes internos e externos e petrificações, permitindo inúmeras técnicas e metodologías de estudo), o jazigo por exemplo é uma ocorrência que merece ser considerada Patrimônio da Humanidade e como tal obter garantias de que sua riqueza paleontológica não será perdida pela exploração comercial do local.

Existem três unidades na Bacia de Taubaté, sendo elas: Tremembé, Pindamonhangaba e Resende. Na formação Tremembé, os depósitos sedimentares são de origem lacustre, sendo constituídos por folhelhos escuros, que são bem laminados e semelhantes ao papel. Na formação Pindamonhangaba os sedimentos são de origem fluvial meandrante, e eles apresentam impressões de pequenos caules e folhas. E, por último, na formação de Resende, os sedimentos possuem uma granulação grossa, que foram formados por um conglomerado de material mais fino.

Referências:

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Almanaque Taubaté – Que animais viviam em Taubaté antes do homem? http://almanaquetaubate.com.br/index.php/2017/12/05/qque-animais-viviam-em-taubate-antes-do-homem/ Acesso em 06 de abr. de 2020

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